O Purgatório foi inventado na idade Média???

Dia desses atrás, ouvi de um professor, que o purgatório foi criado após a Idade Média, pois a Igreja tinha que ter onde "enfiar" a burguesia (dito com essas palavras).
Afinal, como se trata de mais uma (das inumeras babaquices que ouvimos por aí), acho melhor esclarecer a seguinte pergunta:

O Purgatório foi inventado na idade Média???

A resposta é : NÃO

(texto extraído da wikipédia, com adaptações)
Segundo a doutrina da Igreja Católica, o Purgatório não é um nível intermédio entre o Inferno e o Paraíso, mas uma última oportunidade de purificação/conversão onde as pessoas que morreram em estado de graça (isto é, não estão manchados pelo pecado mortal e, portanto, já estão destinadas ao Paraíso), mas ainda precisariam se preparar para ter capacidade de ver Deus face a face no Céu. Este facto justifica-se pela existência nas almas destas pessoas de manchas originadas pelos pecados veniais (ou leves) e pelas penas temporais devidas ao pecado, nomeadamente dos pecados mortais, cujas culpas já estão previamente perdoadas por Deus, sacramentalmente ou não.

A existência do Purgatório foi teorizada no pontificado do Papa Gregório I, em 593, com base no livro de 2º Macabeus 12.42-46. O Concílio de Florença, realizado em 1439, aprovou a doutrina, que foi confirmada depois no Concílio de Trento, em 1563. A Igreja Católica também se baseia em alguns trechos dos Evangelhos, que sugerem a existência de penas de gradações variadas, não-eternas, para justificar a existência do Purgatório:




40.Ora, sob a túnica de cada um encontraram objetos consagrados aos ídolos de
Jânia, proibidos aos judeus pela lei: todos, pois, reconheceram que fora esta a
causa de sua morte.
41.Bendisseram, pois, a mão do justo juiz, o Senhor, que
faz aparecer as coisas ocultas,
42.e puseram-se em oração, para implorar-lhe
o perdão completo do pecado cometido. O nobre Judas falou à multidão,
exortando-a a evitar qualquer transgressão, ao ver diante dos olhos o mal que
havia sucedido aos que foram mortos por causa dos pecados.
43.Em seguida,
fez uma coleta, enviando a Jerusalém cerca de dez mil dracmas, para que se
oferecesse um sacrifício pelos pecados: belo e santo modo de agir, decorrente de
sua crença na ressurreição,
44.porque, se ele não julgasse que os mortos
ressuscitariam, teria sido vão e supérfluo rezar por eles.
45.Mas, se ele
acreditava que uma bela recompensa aguarda os que morrem piedosamente,
46.era esse um bom e religioso pensamento; eis por que ele pediu um
sacrifício expiatório para que os mortos fossem livres de suas faltas.


(II Macabeus, 12, 40-46)


Mas, se o tal administrador imaginar consigo: ‘Meu senhor tardará a vir’. E
começar a espancar os servos e as servas, a comer, a beber e a embriagar-se, o
senhor daquele servo virá no dia em que não o esperar (…) e o mandará ao destino
dos infiéis. O servo que, apesar de conhecer a vontade de seu senhor, nada
preparou e lhe desobedeceu será açoitado com numerosos golpes. Mas aquele que,
ignorando a vontade de seu senhor, fizer coisas repreensíveis será açoitado com
poucos golpes.

(Lucas 12,45-48)


Ora, quando fores com o teu adversário ao magistrado, faze o possível para
entrar em acordo com ele pelo caminho, a fim de que ele não te arraste ao juiz,
e o juiz te entregue ao executor, e o executor te ponha na prisão. Digo-te: não
sairás dali, até pagares o último centavo.

(Mateus 5, 25-26)

Segundo a Igreja Católica, a purificação no Purgatório traz grande sofrimento para as almas que o habita, mas difere grandemente do sofrimento terrestre, na medida em que estas almas têm a certeza de que entrariam, brevemente ou não, no Paraíso. A Igreja ensina que os habitantes da Terra (os vivos), através de sacrifícios, sofrimentos, orações, missas, boas obras e indulgências (lembrando que indulgência é a purificação total dos pecados, logo, é algo permitido. Proibido são as supostas "VENDAS de indulgências"), podem ajudar os seus irmãos que estão no Purgatório a aliviarem o seu sofrimento e acelerarem a sua purificação. Daí o conceito de comunhão dos santos.

No fim do mundo, o Purgatório desaparecerá, com todas as almas que lá se encontram a entrarem no Paraíso, depois de longas purificações.


O Purgatório também aparece nas religiões Protestantes e Judaica como verdades de fé.

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